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Não sei se sou "Charlie"!

 Escrevi neste blog acerca da minha visita ao Quirguizistão e como fiquei surpreendido com a sua fé muçulmana civilizada e é isso que continua a falhar na sociedade europeia.

 A Europa continua a ter uma vergonha e um complexo com o Islão e os muçulmanos geral, continuando a tratar esta comunidade com um relativismo que nos levou ao ponto em que estamos hoje falhando rotundamente na agregação das populações muçulmanas.

 A Europa têm de trabalhar a sua relação com estas comunidades percebendo o que é necessário para isolar estes nichos, estes radicais que se movimentam nas comunidades com alguma liberdade e com algum "fechar de olhos" pela sua comunidade. É necessário que a comunidade seja incentivada e pressionada a denunciar quem incentiva ao extremismo.

 Falando de outra forma, porque é que se um partido de extrema-direita ensinar a supremacia branca é ilegalizado e as suas instalações encerradas e se um professor (falta-me o nome técnico) nas escolas religiosas muçulmanas ensinar que morrer por Alá é desejável, temos de ter uma sensibilidade especial. Ambos devem ser contidos e removidas da sociedade, já que a democracia não pode albergar quem a queira morta.  A sociedade deve estar sensibilizada em ambos os casos para identificar, alertar e expelir ambos os elementos que vivem e pensam contra ela.

 Moscovo é a cidade europeia com maior população muçulmana na Europa e a forma como integra essa comunidade deveriam ser alvo de maior estudo.
 Ali as comunidades estão integradas, as comunidades muçulmanas não são diferentes das outras, frequentam a mesma escola, as mesmas atividades curriculares, os mesmos deveres e os mesmos direitos, fazendo com que as pessoas tenham a mesma base e a mesma integração na sociedade independentemente da religião das pessoas.

 Como disse Sheikh Munir, "se não quiserem viver num país liberal, emigrem".

 Em relação à revista, penso que aqui a conversa neste momento está contaminada pela emoção dos 12 mortos.
 Se por um lado existe a liberdade de imprensa por outro lado existe a crítica insistente numa religião específica e num grupo específico, mas penso que não seja isto que tenha despoletado o ataque mas tornado a revista num alvo específico.
 A sátira não é o serviço noticioso normal, não é o relato do que se passa, mas uma crítica orientada, um olhar politizado e com objetivos de expor as situações e os aspetos mais voláteis e torna-se alvo dos mais fervorosos.
 Pessoalmente não sou um adepto deste tipo de sátira, penso que seja algo do foro pessoal. Não gostaria de ter um jornal sempre a gozar com os portugueses, penso que era inevitável considerar que o Chalie Hebo pertencia aos "Infies".

 Ninguém é neutral, e no jornalismo muito menos e o que os jornalistas escrevem não é neutral, nem será considerado neutral.

Nada justifica que se entre aos tiros por uma redação. Se não gostamos não lemos, se não gostamos protestamos contra quem o faz, mas quando se tomam estas posições, é impossível esperar que todos a levem de uma forma inerte e de sorriso nos lábios.
 
  Isso não existe, isso nunca existirá. 

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