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Zurique 2014

 Parti  para Zurique com as expetativas de esta ser a cidade que mais vezes está no pódio da "qualidade de vida", aquele que verdadeiramente importa, e que se afirma no contexto europeu como um das praças financeiras mais fortes e nada me desiludiu. 

  Mesmo antes da partida já havia ficado agradavelmente surpreendido com a facilidade, disponibilidade e qualidade da informação disponibilizada pelos serviços de turismo, com envio completamente grátis de inúmeros mapas, guias, brochuras, etc, bastando pedir no site oficial. 
 Mas a cidade têm uma aura de um tempo perdido, de um tempo que parece desajustado dos nossos dias, parecendo viver numa redoma à parte.
 As suas ruas impecavelmente limpas, as suas fontes sempre com água potável nas ruas principais limpas mesmo no fim do dia,  transmitem um sentimento cosmopolita combinando uma traça clássica das sedes do mundo financeiro com a modernidade dos centros comerciais.
 E se de rua falamos, o que dizer do parque automóvel? O poderio do parque automóvel suiço é conhecido e não deixou os seus créditos por mãos alheias, tendo eu visto modelos que apenas por revistas havia conhecido.
 Os seus restaurantes, que reflectem o elevado nível de vida da cidade, são como uma quase constante lição de hotelaria e de bem-receber existindo um certo orgulho na cozinha helvética e uma atitude descomplexada para com o tradicional e uma necessidade de modernidade para as estrelas Michelin que faz com que seja difícil comer mal em Zurique.
 Tão cedo não me esquecerei da noite em que fui jantar a um restaurante vestido de fato clássico e senti-me mal vestido, porque os senhores estavam de smoking e as senhoras de vestido de gala para irem assistir à ópera, incluindo o público mais jovem.

 Aqui não existe uma verdadeira indústria de turismo, não existem vendedores ávidos de turistas e do seu dinheiro, logo existe uma refrescante atitude para com o turista, não sendo imperativo consumir para utilizar o WC ou a não existência de vendedores de rua que queiram impingir algo. Os (muito bons) museus são percorridos por suiços e por estrangeiros que sabem o que estão a ver, e que estão ali porque querem estar ali. Não existem torrentes de excursões turísticas a despejar pessoas para os monumentos, não existem autocarros panorâmicos, não existem tuk-tuks a passar nas ruas, existe apenas o que é suiço, e isso está muito bem.

E se de rua falamos, devo dizer que me surpreende a animação e a diversão dos suiços, com muitas festas improvisadas no meio da rua, tendas onde se dão autênticos bailes ao som de bandas de metais e cordas e a quantidade de bons sítios de diversão noturna, com mesas para toda a gente e a fazer as minhas delícias com a "noite sentada" em vez da "noite espanhola".

Por fim, a experiência de ver o Benfica num bar de emigrantes portugueses é uma das experiências que não me vou esquecer tão cedo!

É com uma certa emoção, e para quem me conhece sabe o que isto significa, pesno que encontrei a "Moscovo do Ocidente".

Enfim, resumindo: VÃO!

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