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E continua...

Apenas odeio o que vejo no espelho e o que ele não reflecte, quero mais, quero ser mais, sempre mais e mais.

Não me venham com piedosas intenções nem com palavras cómodas, nada me faz passar a dor e a raiva que sinto constantemente.

Um dia tudo o que se passa no éter do pensamento passará, um dia terei a paz que sempre quis, mas até lá...

 No fundo, sempre desvalorizei os outros, as pessoas, sempre as menosprezei, as diminui e no fundo  quem não valia muito não quer nada de mim, aquele que vale pouco mais do que nada...

Assim é a sina, assim é o caminho, resta-me o teatro de sombras para encobrir as mão feias e rudes que proporcionam o espectáculo...

Um dia as minhas memórias serão como lágrimas à chuva, um dia todos estes lamentos serão esquecidos na chuva, como a personagem menor que sai de cena, felizmente...

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