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Noites assim...

Vagueio pela casa e penso que este é o mais fiel dos nossos espelhos: sem os adornos restam apenas as paredes do nosso ser! Nada mais importa, apenas os contornos do que somos e de quem fomos, e a suavidade com que o fizemos. Não importa o que eu quero ou quis ser apenas aquilo que eu sou e tudo o resto se adapta às minhas dimensões.
Uma janela reflecte a luz que ilumina esta casa escura, abro a janela e qual a surpresa quando vejo que a luz encoberta por pesadas e vagarosas nuvens.
Mas que ironia do destino! Tambem ela me finta e se esconde como aquela que ilumina o meu ser, que por mais luz que reflecte sempre teima em ser encoberta pelas nuvens passageiras enquanto pobres vagabundos palmilham as ruas desertas que meus olhos acontecem!
Para te poder apreciar teria de ser mais alto que estas nuvens, teria que me erguer como a aguia que teima em voar distante deste mundo rasteiro. Não mais eu tentarei ter asas que me possam levar tão alto e não mais eu subirei aos mais altos dos cumes para te ver porque serei eu digno dessa visão?

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