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Como o vulcão

Nada me enfurece mais do que a ousadia de outra vestir uma peça de roupa igual à tua, nada me provoca mais arrepios do que alguem com o teu cabelo e como é que alguém pode usar o teu perfume sem se desculpar pela angústia que provoca em mim. Como a saudade pode tornar os nossos sentidos em sentinelas.
Tenho sede da tua presença, tenho sede de te voltar a ter nos meus braços, tenho sede de sentir o teu riso, o teu perfume, o teu gentil toque que como uma poção mágica que me cura os males e me torna invencível! Serás tu quem terminará com a minha sede de vingança, de ódio irracional, de invejas de todos os outros? Seràs tu que darás cor e alegria a este meu mundo cinzento, estéril de sorrisos e povoado de seres grotescos que me afrontam sem descanso?
Que mais poderei fazer para te merecer? Diz-me, impõe as tuas insodáveis condições para assim poder dizer que nada mais poderia fazer para te ter, que mais nenhuma barreira eu me recusei a ultrupassar para te poder atingir, que mais nenhuma prova ficou por ser tomada e aceite com esse fim?
Como posso usar da razão quando pronuncio o teu nome nos meus lábios? Quando o pronuncio, sinto-me como um vagabundo passeando pelas ruas, sem destino e incapaz de esconder a sua decadência… Alguem o espalhou por toda a parte porque no fim de cada rua e ao virar de cada esquina o meu coração dispara em ânsia de te encontrar! Oh, mas como engana-se o coração! Vives no teu mundo, não passeias pelas mesmas ruas que eu, não percorres estes mesmos caminhos que servem para me perder ainda mais, não permites que tua beleza seja beliscada por estes edificios feios e decadentes que me enclausuram, vives la no alto entre as àrvores e as flores que apenas te servem de companhia. Como poderia eu pensar que virias até aos pântanos da minha existência?

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